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Professor da Graduação e Pós-Graduação do Centro Universitário Estácio do Ceará, mestre em Direito Constitucional e especialista em Direito do Trabalho. Membro do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito.

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domingo, 12 de julho de 2015

Darth Vader e as carreiras jurídicas



No famoso longa metragem Star Wars- Episode III (Guerra nas Estrelas), de George Lucas, é interessante contemplar o diálogo entre Anakin Skywalker e seu mestre Obi-Wan Kenobi antes de uma das mais famosas batalhas da série. Interessante ainda contemplar como Skywalker abandonou seu compromisso com a virtude e a Ordem Jedi para aderir ao lado escuro da Força e, assim, veio a corporificar a maldade na pele do famoso Darth Vader.

Seduzido pela avidez de poder e atormentado por emoções negativas, o jovem Skywalker deixa-se guiar por seus impulsos, instintos e desejos, destruindo a sua vida e a dos outros. Afinal, qual a relação entre esta obra de ficção e a nossa realidade?

Ora, quantos "Darth Vaders" temos em nossas instâncias judiciárias? Quantos abandonaram o seu compromisso com a virtude e estão a exercer a magistratura, a advocacia, a promotoria pública, cargos executivos ou legislativos?

Muitos deles tiveram um momento "Anakin Skywalker" em suas juventudes. Muitos sonharam em construir um mundo melhor, em exercer cargos públicos em prol do bem-comum e da fraternidade. Afinal, o que houve para que estas pessoas pendessem para o lado escuro da força?

Em algum momento, um pensamento distorcido surgiu seguido por inúmeros outros, até solidificar-se o conceito de que o cargo público ou profissão liberal é apenas uma fonte de estabilidade, status, alta remuneração e uma porta para o enriquecimento ilícito. E assim juízes, advogados, procuradores, entre muitos outros tornaram-se Darth Vaders, jogando-se no abismo da corrupção. O problema é que cedo ou tarde, nesta vida ou após a morte, responderão por seus crimes, e deverão obter excruciante sofrimento. O Universo é perfeito. Para cada ação, existe uma reação. Cada causa conduz a um efeito. Impossível colher felicidade se plantamos sofrimento.

Estamos agora numa encruzilhada. Ao decidir sobre qual será o nosso futuro ou qual carreira jurídica iremos abraçar, perguntemos a nós mesmos: qual a profissão que melhor me habilitará a servir a sociedade?  Ao responder a esta pergunta, sigamos em frente e foquemos o nosso coração neste objetivo.

Que possamos abraçar a carreira que reverbera em nossa alma, que nos faz vibrar, que nos desperta para o senso de servir ao próximo. O sucesso e todas as condições materiais serão uma consequência direta desta motivação pura.  Toda e qualquer profissão sempre nos colocará em dilemas éticos, mas a escolha de seguir ou não o caminho da virtude é inteiramente nossa.

Ternos caros, anéis de rubis, carros importados, símbolos de status, nada disso faz sentido sem pureza de propósitos. Sem um contínuo exercício de humildade, tais símbolos de vaidade apenas nos induzirão à falsa percepção de que somos melhores do que os outros e esta é a antessala do Lado Escuro da Força. Que nunca sigamos por esta porta porque afinal, cedo ou tarde, a morte nivelará a todos nós e não há nenhuma esperança de que nossos títulos de propriedade valerão um lote no Paraíso.



2 comentários:

Robson Bezerra disse...

Muito bom, professor! Que o primado da justiça e da ética sejam sempre aqueles responsáveis por nortear nossos caminhos como futuros profissionais!

helanorangel disse...

Certamente, meu caro Robom Bezerra