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Professor da Graduação e Pós-Graduação do Centro Universitário Estácio do Ceará, mestre em Direito Constitucional e especialista em Direito do Trabalho. Membro do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito.

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terça-feira, 4 de novembro de 2014

O ocaso do bom-senso


Caros amigos e amigas,

No início da década de 30 do século XX, a Alemanha passava por uma aguda crise financeira, catalisada pelo crack da Bolsa de Nova Iorque em 1929, que havia destruído o processo de recuperação econômica pós I Guerra Mundial. 

Nas fileiras da extrema direita, um partido nanico e inexpressivo, conhecido como Nacional Socialismo (Nazismo), a partir das ideias de seu líder Adolf Hitler, pregava que o mal da Alemanha e a causa maior de sua estagnação atribuía-se ao povo judeu. Afirmava ainda, pateticamente, que os alemães, descendentes diretos de arianos, raça pura, loura e de olhos azuis, eram pretensamente superiores. Tal discurso de ódio, por mais incrível que possa parecer, encontrou solo fértil na culta e intelectualizada Alemanha, de filósofos grandiosos como Goethe, Kant, Schopenhauer e Hegel, conduzindo-a ao abismo da auto-aniquilação. Estima-se que somente no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, mais de um milhão e meio de pessoas foram exterminadas, a maioria de origem judaica. O resto da História é conhecida por todos. 

Tenho acompanhado com certa preocupação a ascensão de movimentos de extrema direita, em que se prega o ódio contra os nordestinos e a volta dos militares ao poder. Numa lamentável demonstração de desserviço ao povo brasileiro, um deputado chegou a propor o absurdo de se construir um muro separando o Brasil em duas partes. Discursos de ódio são jogados aos sete ventos nas redes sociais, fomentando a cisão e a desunião do povo brasileiro. Extermínio de nordestinos, intervenção militar, muros de divisão... Eis o apagar das luzes de um povo, o ocaso da democracia, o início das trevas de uma ditadura militar. Presencio, com profunda tristeza, um retorno de movimentos nazistas, quer estas pessoas estejam cientes disso ou não.  

O Brasil, apesar dos avanços sociais, está em um cenário de estagnação econômica. Temos problemas de alta carga tributária e a corrupção nos assola de maneira atávica. Se por um lado não podemos ser coniventes com a corrupção ora instaurada nos poderes da República, por outro lado não podemos exigir tal solução ditatorial subversiva. Por que ferir mortalmente os direitos e garantias fundamentais? Por que destruir a nossa Constituição Federal desde o seu âmago? Que lutemos o bom combate, dentro das possibilidades e limites dos Poderes Constituídos. E para aqueles que são novos em demasia e não viveram os horrores do regime militar, logo abaixo está uma prévia do que viveríamos sob o jugo ditatorial.

 Não merecemos isso. Vamos viver em paz!






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